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Mostrando postagens com o rótulo Crônicas

O encantador jardim da sra. Luzia

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Luzia era uma senhora de cabelos brancos e olhos brilhantes que vivia em uma pequena casa no fim de uma rua tranquila. Sua maior paixão era o jardim que cultivava com tanto carinho. Todas as manhãs, ela se levantava antes do sol, regava as plantas e conversava com cada flor como se fossem velhas amigas. Luzia acreditava que as plantas podiam sentir o amor que ela lhes dedicava, e isso fazia seu jardim florescer de uma maneira única. Os pássaros e borboletas pareciam preferir o seu jardim ao de qualquer outra casa da vizinhança, talvez atraídos pela magia que cobria aquele pedaço de terra. Um dia, enquanto cuidava de suas rosas, Luzia encontrou uma pequena semente que parecia diferente de todas as outras. Curiosa e com o coração cheio de esperança, ela decidiu plantá-la em um canto especial do jardim, onde pudesse observar seu crescimento de perto. Com o tempo, a semente germinou e cresceu, revelando uma planta com flores de cores que Luzia nunca tinha visto antes — eram de um azul cint

Entre xícaras e lembranças

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Era uma daquelas tardes mágicas de outono, quando o sol, cansado de brilhar, se despedia mais cedo, tingindo o céu de um laranja suave e acolhedor. Na cozinha, Dona Maria, com seus cabelos prateados que reluziam à luz morna da tarde e olhos que guardavam um mundo de histórias, preparava a sua receita favorita: café. O aroma encorpado do café fresco começava a se espalhar pela casa, trazendo com ele uma onda de lembranças de tempos idos. Sentada à mesa, ela olhava pela janela e observava a dança das folhas que, num balé lento e gracioso, deslizavam das árvores em direção ao chão. Em seu coração, as memórias de dias felizes se aglomeravam, quando seus filhos corriam pelo quintal, suas risadas ecoando como música. Agora, a casa estava envolta em um silêncio sereno, quebrado apenas pelo tic-tac do relógio de parede e o canto distante dos pássaros que se acomodavam para a noite. De repente, o sino da porta tocou, trazendo um sorriso ao rosto de Dona Maria. Era João, seu neto, que a visitav

Reflexões em uma tarde chuvosa

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João sempre gostou de dias chuvosos. Desde criança, a chuva trazia consigo uma sensação de paz e renovação. Naquela tarde, ele estava parado diante da janela do quarto, observando as gotas de água que caíam lá fora. As gotas deslizavam pelo vidro, criando pequenos rios que se encontravam e se separavam, como as memórias em sua mente. O cheiro de terra molhada invadia o ambiente, trazendo consigo uma onda de nostalgia. Ele fechou os olhos por um momento, deixando-se levar pelas lembranças. Pensou nos dias recentes, nas caminhadas pelo parque com seu cachorro, nas risadas compartilhadas com amigos em tardes chuvosas. Cada momento parecia mais vívido com o som da chuva como trilha sonora. Mas não eram apenas as memórias recentes que vinham à tona. João se lembrou de sua infância, das brincadeiras na rua de terra batida, onde ele e seus amigos corriam descalços, sentindo a lama entre os dedos. Lembrou-se de sua mãe chamando-o para dentro, preocupada que ele pegasse um resfriado, e do cheir

O delicioso sabor da Nostalgia

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Num domingo preguiçoso, o aroma de bolo de cenoura invadiu a casa, despertando lembranças há muito adormecidas. O cheiro, doce e reconfortante, flutuava pelo ar, como uma canção suave que ecoava pelos corredores e reavivava memórias felizes. "Ah, que cheirinho maravilhoso!" exclamou minha avó, com um sorriso de contentamento ao abrir o forno. Aproximei-me, sentindo-me envolvido por uma onda de nostalgia. "Lembra quando fazíamos esse bolo juntos, vovó?" perguntei, me perdendo nos recantos do tempo. Ela assentiu, os olhos brilhando com a lembrança. "Como poderia esquecer? Você sempre foi meu pequeno ajudante na cozinha." Juntos, mergulhamos naquelas lembranças preciosas. Misturamos os ingredientes com cuidado, compartilhando histórias e risadas enquanto o aroma delicioso se espalhava pela casa, enchendo cada canto com promessas de conforto e alegria. "É incrível como um simples cheiro pode nos transportar para o passado, não é?" comentei, sentindo-

Um dia radiante: Quando tudo deu certo

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Em uma manhã de sol radiante, daquelas que parecem ter saído diretamente de um comercial de margarina, algo mágico aconteceu. Eu acordei, e o despertador decidiu, por uma vez na vida, não me acordar com aquele som estridente digno de despertar até os mortos. Ao sair de casa, já me sentia estranhamente otimista, como se o universo tivesse decidido cooperar comigo por uma vez. E olha que até o semáforo decidiu ficar verde assim que me aproximei! "É meu dia de sorte!", pensei, sorrindo para os pedestres que me olhavam curiosos. Na padaria, ao pedir meu café, a simpática atendente me deu um pãozinho de cortesia. "Para um cliente tão sorridente, é por conta da casa!", disse ela com um sorriso cativante. E quando cheguei ao trabalho, adivinha só? O chefe estava de bom humor! Ele até me deu um tapinha nas costas e disse: "Bom dia, você está radiante hoje! Vamos fazer uma reuniãozinha rápida só para alinhar as coisas?" Eu quase caí para trás de espanto, mas claro,

A janela - Um escape em dias cinzentos

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São exatamente, 22:23h, e aqui estou eu na janela desse quarto, mas tudo bem pra mim, é meu escape em dias cinzentos. Tudo é tão calmo visto daqui, às vezes o silêncio envolve a noite, mas hoje não, posso ouvir bem longe o canto de um pássaro. Lá fora, visto aqui da janela, parece outro mundo, diferente desse do qual me sufoca todos os dias. Imagine que a janela do quarto é como uma pessoa que te encanta apenas te olhando nos olhos, você fica ali, imóvel, apenas olhando fixamente pra ela, enquanto ela conduz sua mente e você se desprende de si mesmo. Através da janela você é conduzido à um mergulho em sua mente. Aqui dessas grades enferrujadas posso contar nos dedos as nuvens que vejo, parecem desfilar nessa imensidão escura do céu. E lá está o passarinho pousado no fio do poste, cantando timidamente e sem dar a mínima para o frio insuportável que está fazendo. O vento é quase imperceptível, ainda assim, a leve brisa balança as rabiolas de pipas enroscadas nos fios; minhas ore