As baratas "ciborgizadas" podem ser controladas remotamente, abrindo possibilidades para tarefas especializadas como busca e resgate. Segundo os pesquisadores, o processo não prejudica as baratas e poderia ser ampliado para "converter" baratas em massa.
A "mochila" eletrônica aplicada a cada barata permite que os usuários influenciem seu comportamento (principalmente a direção) através da estimulação eletrônica de suas antenas. O funcionamento deste kit de mochila varia, mas estimular a antena esquerda ou direita, por exemplo, pode "forçar" a barata a seguir naquela direção.
Este tipo de modificação dos insetos não é novidade, mas as técnicas tradicionais exigem habilidades especializadas e normalmente levam cerca de 30 minutos por barata, sem mencionar uma mão firme.
No entanto, a chamada "fábrica de baratas ciborgues" da equipe pode completar o processo em 68 segundos. Além disso, a equipe acredita que poderia produzir centenas, talvez até milhares, de baratas ciborgues sob demanda.
Exércitos de baratas ciborgues
Seria útil para situações como edifícios colapsados, enxames ou baratas de busca e resgate controladas remotamente. Os insetos, diferentemente dos robôs, também têm demandas mínimas de energia e podem ser criados em vez de construídos, tornando-os muito econômicos para criar em grandes quantidades.
As baratas também são incrivelmente aptas a atravessar vários terrenos e podem até escalar paredes, feitos que pequenos robôs frequentemente têm dificuldade. Elas também vêm equipadas (como padrão) com seu próprio sentido aprimorado de olfato e tato, significando que podem facilmente detectar produtos químicos, gases e até seres humanos.
Para esse fim, outras aplicações potenciais para baratas ciborgues produzidas em massa poderiam incluir monitoramento da qualidade do ar, monitoramento de contaminação ambiental ou detecção de outros perigos. Elas também poderiam encontrar um lugar no exército realizando ações secretas como vigilância e coleta de inteligência.
O processo de criação do ciborgue barata começa com a exposição das baratas ao dióxido de carbono. Isso as torna dormentes, o que, por sua vez, torna o resto do procedimento muito mais fácil. Isso é especialmente importante quando se trata de manipulá-las e orientá-las para receber suas novas partes eletrônicas.
O robô então as agarra e fixa no lugar usando uma série de hastes metálicas. A visão computacional então identifica os pontos de conexão necessários para pequenas sondas e outros eletrônicos.
Comando e controle
Segundo a equipe de pesquisa, as baratas ciborgues criadas roboticamente tiveram desempenho tão bom quanto aquelas modificadas manualmente por humanos. No entanto, a velocidade muito melhorada do procedimento é impressionante.
Atualmente não há maneira eficaz de controlar grandes enxames de baratas modificadas. Afinal, seria uma tarefa monumental para um único operador controlar e monitorar individualmente centenas desses pequenos ciborgues, especialmente milhares.
Portanto, os pesquisadores precisam desenvolver métodos para controle autônomo e coordenação desses insetos ciborgues para aproveitar totalmente essa tecnologia. Isso poderia envolver permitir que elas colaborem em direção a um objetivo compartilhado.
Os detalhes do estudo podem ser encontrados no jornal arXiv.